Em audiência com senadora Zenaide Maia, Sobed defende criação do Março Azul e debate políticas de combate ao CCR

postado 05/03/2021

Articular a implantação de políticas públicas voltadas para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer colorretal. Esse foi o objetivo da audiência realizada nesta sexta-feira (5) entre a diretoria da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed) e a senadora Zenaide Maia (PROS/RN). O encontro, realizado por meio de plataforma virtual, deu seguimento às discussões em torno do Projeto de Lei (PL) 5024/2019, que visa estabelecer março como o Mês Nacional de Conscientização sobre o Câncer de Cólon e Reto (CCR).

Além de vice-presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, a senadora é também responsável pela relatoria do PL. Na ocasião, ela se comprometeu em priorizar o andamento da pauta dentro do Congresso Nacional e aproveitou para parabenizar a Sobed por protagonizar os esforços em prol dessa ação social, que, conforme frisou, “produzirá impacto extremamente significativo na saúde de milhões de brasileiros”.

“Muitas pessoas acabam não realizando exames de rotina ou investindo em prevenção, simplesmente porque não possuem informação qualificada sobre saúde. Essa iniciativa da Sobed, de dar visibilidade para um tema tão preponderante, demonstra o olhar cuidadoso e diferenciado desse grupo de médicos em direção da nossa população”, disse.

Segundo destacou o presidente da Sobed, Ricardo Anuar Dib, o câncer colorretal é um dos tumores malignos mais frequentes e letais. “A ideia de instituir oficialmente um mês dedicado a esse tema pode parecer simples, mas é uma ação imperativa e de extrema relevância. Se, anualmente, em todo mês de março, o câncer colorretal for amplamente debatido pela imprensa, autoridades e sociedade em geral, certamente maior será a prevenção e mais vidas serão salvas”, afirmou.

Conforme indicou o médico, nos últimos anos, tornar essa proposição uma realidade tem sido uma das metas prioritárias da entidade. “Desde 2017, a Sobed vem buscando estreitar laços com o poder público, através de audiências públicas e reuniões com ministros e parlamentares, uma vez que conscientizar os agentes do Estado é o caminho principal para ampliar a assistência e combater a doença”, pontou.
Além do presidente da Sobed, também participaram do encontro o vice-presidente, Herberth Toledo; o coordenador da campanha Março Azul e presidente da Comissão de Ações Sociais da entidade, Marcelo Averbach; além dos membros Eduarda Tebet e Flávio Ejima.

“Essa reunião representa um passo emblemático na caminhada de sensibilização a respeito do câncer colorretal. O engajamento demonstrado pela senadora Zenaide Maia muito nos alegra, por estar em total consonância com os desígnios da Sobed, e será crucial para mobilizar o legislativo e aprovar esse projeto de lei”, avaliou Marcelo Averbach.Política pública – Na oportunidade, os representantes da Sobed e a congressista discutiram ainda a possibilidade da criação de um programa nacional de prevenção do câncer colorretal, por meio do Ministério da Saúde. Na avaliação da especialista Eduarda Tebet, essa é outra proposição indispensável para reduzir os índices de mortes causadas pela doença no Brasil.

“Existem métodos diagnósticos de menor complexidade e que podem ser oferecidos de forma sistematizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para rastrear pacientes mais propensos a desenvolver esse tipo de câncer. Quando alterações no reto e intestino são diagnosticadas em estágios iniciais, há possibilidade de intervir precocemente e prevenir uma evolução desfavorável, na maioria dos casos”, explicou.
Internacional – Na última segunda-feira (1), o presidente dos Estados Unidos, Joseph Biden, proclamou oficialmente março como o Mês Nacional de Conscientização sobre o Câncer Colorretal naquele País. De acordo com o político, o gesto simbólico visa criar oportunidades de levar mais atenção a essa terrível doença e oferecer o que as famílias que vivem com ela mais precisam: esperança.

“Muitos de nós conhecem a sensação de choque e devastação quando um ente querido recebe o diagnóstico de câncer. Nesta batalha, esperança e consciência estão interligadas. Como o risco de morte por câncer colorretal diminui drasticamente quando o câncer é detectado precocemente, podemos salvar vidas chamando a atenção para os fatores de risco e aumentando o rastreamento de rotina”, concluiu.